sábado, 31 de janeiro de 2009



"Quando o tempo não passar, dentro de nós
cada hora é como uma semana
cada novo alô é mais bacana
cada carta que eu nunca recebo
é sempre um motivo pra lembrar
sou tão perto de você..."


- O Teatro Mágico - Perto de Você

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009



"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"

- Florbela Espanca

terça-feira, 27 de janeiro de 2009




Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu!
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor!

Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!

- Mirthes Mathias (Do livro "Bom dia amor!", 1990)

Algo pra se ler!




"As pessoas, ao longo dos anos, têm tentado abrandar a desgraça dizendo que, talvez, ter participado do Mötley Crüe tenha me tornado um dependente...
Mas eu não acho que tenha sido isso. A tirada de gênio foi obra exclusivamente minha. Ainda criança, nunca gostei de me desviar das balas. Era sempre o primeiro a encará-las, bem no meio dos olhos. Era teimoso, voluntarioso, louco para causar prejuízos e reforçar o caos, a confusão e a guerra - tudo o que nos torna imediatamente famosos e, mais tarde, esquecidos. Então, quando me mudei para Los Angeles, nos anos 1970, e descobri a cocaína, isso só reforçou minha tendência a me comportar assim. Mas álcool, áciso, cocaína... foram só pequenos casos. Só quando escontrei a heroína doi amor verdadeiro."

- Nikki Sixx

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009





'Algo lindo toma conta de mim quando estou com você, não sei. Tudo me parece tão mais facil quando lembro que tenho você aqui. E dessa vez não foi de repente, foi aos poucos tomando conta de mim, e aqui estou eu, enfeitiçada...


- Mariane Schmitz ♥

domingo, 25 de janeiro de 2009





'De repente percebi que os anos passaram e nada de concreto eu consegui, tudo ao redor evoluiu e me vejo inerte a todas as mudanças. Não vou começar com todo aquele Blá Blá Blá de ficar para tras, só não sei o que aconteceu comigo. Eu sei que a vida não vai parar e nem vai ter um retorno ou curva lá na frente, mas eu queria poder curar as feridas do passado no hoje, o presente.



- Mariane Schmitz ♥

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009




'Os meus dias são solitarios, as minhas companias são memorias, algumas tristes outras poucas felizes. Deito-me para em uma tentativa frustrada dormir e assim o tempo correr. Ilusão a minha, não consigo dormir nem uns instantes.

Fico olhando o horizonte por horas, na esperança que alguém chegue. Mas em seculos nem um passarinho vôou e soltou melodias. E eu aqui, apenas fico olhando o horizonte, quem sabe esse castigo tem um fim e vejo ao longe algo, alguém que possa dizer que eu ainda não morri.


- Mariane Schmitz ♥

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009




'Por mais que eu ache que está tudo bem dentro de mim, não está. Sinto ainda toda aquela tempestade de dores e angustia, e sei que ainda não tenho a paz que sempre procurei.
Ainda não sei o que vejo ao olhar-me no espelho, "quem será essa?" eu penso.
As vezes fecho os olhos e tento observar meu interior, mas é tão escuro, eu ainda sinto medo.

Não aprendi com os meus erros, e continuo assim os comentendo todos os dias. Então sofro tudo mais uma vez, e outra, e outra...
Mais e mais me perco. É nessas minhas idéias sem pé nem cabeça, e nas idéias de outros que leio ou ouço. Misturo tudo e me perco mais uma vez.
Sou como um virus que sofre mutação, quando encontro uma cura, eu mudo.

- Mariane Schmitz ♥

sábado, 17 de janeiro de 2009




"O mundo e a vida são mesmo de mentirinha, você pode enganar o seu pulmão dizendo que fumar não prejudica a saúde, pode mentir para o seu fígado dizendo que bebe apenas socialmente, pode também tentar enganar a sua consciência fingindo não ver tudo de ruim que acontece à sua volta, mas o que você não pode fazer em hipótese alguma é enganar o seu coração. Quem é que nunca chorou por amor? Quem nunca sentiu saudades de alguém especial? Quem é que nunca passou a noite em claro pensando em alguém? Se for mentir para o coração, faça-o com moderação, se for mentir, não ame; se amar, não minta, pois no mundo do coração nada é de mentirinha."

Créditos: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=39224085

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009




'Ele estava ali secando as lágrimas que cairam do olhar dela, cuidando e roubando a dor que ele via passar nos seus olhos. Ele ficou apenas ali, não disse uma palavra. E era isso que ela precisava, só saber que ele sempre estaria ali, mesmo que o mundo caisse sobre suas cabeças. Mais uma vez ele a salvara... Salvara de uma dor que consumiria sua alma e a deixaria só corpo, mais nada.


- Mariane Schmitz ♥

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009




Ela nem sabia quantas vezes tinha proferido impropérios sobre ele, mas sabia que no fundo queria que tudo aquilo fosse verdade. As suas indas e vindas a deixaram vuneravel, triste, sem perspectivas. Já não dava para acreditar que tudo voltaria a ser feliz e descontraido, afinal não era um conto de fadas.

- Mariane Schmitz

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

domingo, 4 de janeiro de 2009




O PRIMEIRO BEIJO

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:

- Sim, já beijei antes uma mulher.

- Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.

E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.

E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...

Ele se tornara homem.


[ Clarice Lispector ]

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009




Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente

[Carlos Drummond de Andrade]

- Mariane Schmitz ♥