quinta-feira, 18 de abril de 2013

A minha compulsão....




'E tem horas que dói, dói muito. Eu nunca parei pra falar disso, achei que não seria necessário. Mas tem horas que dói, que fere  e que as brincadeiras nos deixam pior ainda. 



Eu sempre tive um problema grande com comida, desde muito pequena, eu sempre gostei de comer, e fui uma criança gordinha, passei por toda aquela pressão, por todos os apelidos cruéis que as crianças inventam, tudo isso sempre doeu. Meus pais muito preocupados com todo esse negócio de fitness e neuroses procuraram um especialista, e então eu emagreci, emagreci muito, aos 9 anos eu era magra, e toda aquela pressão pra ser sempre magra, acabou cmg, eu comia e chorava, então parei de comer. 

Ao tempo que crescia a pressão social, o padrão de beleza e todo aquele negócio de colégio, me fez pirar, pra melhorar, além do medo de engordar, as espinhas pioravam minha auto-estima, e eu já não era uma criança muito feliz. digamos assim. Sofri calada, cai em depressão por muitos anos, até os 17 consegui manter meu peso, ficando sem comer, eu fazia apenas uma refeição por dia, e nos outros horários dormia pra não precisar comer. Quando não passei no vestibular a compulsão voltou, e comecei e não parei de comer. 


Mesmo sempre fazendo esportes, e sendo alguém ativa, eu comecei a engordar, e a luta contra o peso me acompanha, a vontade de comer, e a tristeza após matar o vontade dói. Dói ainda mais quando me fazem como referência, "Ela quer comer pizza, dê banana a macaco", "Devia fazer propaganda da Coca-Cola", brincadeiras que pra outras pessoas seria natural e passariam despercebidos, qdo direcionados a mim, machucam, me despedaçam, e tendo manter o sorriso, mas quando estou só, eu choro.

As pessoas tendem a achar que emagrecer, ou ser uma pessoa saudável é fácil, é uma coisa simples, já ouvi da minha própria mãe, que gordo é relaxado. Eu treino a semana toda, e faço acadêmia na mesma proporção, mas parece que nada me deixa melhor, nada parece estar melhor.


Hoje, eu decidi falar de algo que dói, e não só em mim, mas em várias pessoas que eu conheço.
Não preciso de julgamentos ou de palavras de força, o silêncio me basta.



@MariieSchmitz